quarta-feira, 27 de julho de 2011

A (nova) Ponte de Versos

Em 1999, a Ponte de Versos nasceu na antiga livraria Ponte de Tábuas no Jardim Botânico, na esquina da Rua J.J. Seabra, num mezzanino onde não cabiam mais que 20 pessoas, que, por vezes, acomodava 40, para reunir os poetas do Jardim Botânico que tinham acabado de lançar uma antologia.
Entre eles estavam Pedro Tostes então com 15 anos, Gilson Maurity, então com 77 e Paulinho Lima, em torno dos 50 anos.
A eles se juntaram outros poetas, Cairo Trindade, Sady Bianchin e Rosane Carneiro, e o movimento teve início. Isso era o mês de junho.
Em julho, Cairo me levou para conhecer o encontro que já fervilhava a cada 15 dias, com poetas sentados nas mesinhas de quatro lugares, falando seus poemas das 21h até a meia-noite. E o movimento cresceu, mas em outubro de 2000 Gilson Maurity ficou sozinho para conduzir os trabalhos. Foi quando decidiu convidar dois frequentadores, Ricardo Ruiz e eu para ajudá-lo a chamar os quatro poetas do Prato Principal, e a esquentar a Sobremesa, antes da Saideira, pouco antes da Zero Hora, quando todos deveriam se retirar para suas casas.
Em agosto, eu havia acabado de lançar o primeiro livro de poesia da Ibis Libris, "Poesia Profana", de Ricardo Ruiz, no Museu da República, no Catete.
Assim, a partir de outubro de 2000, Ricardo, Gilson e eu nos aventuramos a manter os encontros da Ponte de Versos por mais um ano e meio, fazendo lançamentos, homenageando poetas e convidando os novos e veteranos a vir dizer seus poemas sem microfone, apenas uma leitura num espaço tão apertado quanto o coração de mãe.
Agora 12 anos depois, a Ponte de Versos reestreia num novo espaço também pequeno, mas onde cabe muita poesia, na nova Livraria República do Bardo, na Av. Rainha Elizabeth, 122 Loja E, que abrirá suas portas no mesmo dia em que há 11 anos a Ibis Libris lançava seu primeiro livro, 18 de agosto.
Coincidências à parte, a nova livraria será uma espécie de "filial" da rede de livrarias República, onde a editora começou, com um braço também na UERJ, recém-aberta em março.
A Ponte de Versos continuará no mesmo formato de sempre, fazendo seus encontros quinzenais, para reunir poetas e amantes de poesia das 19h às 22h.
A nova livraria focará em poesia e teatro, os dois traços maiores do poeta homenageado: Shakespeare.
A Livraria República do Bardo acolherá a Ponte de Versos e todos os poetas, músicos e atores que quiserem manifestar sua experiência musical, artística e poética, e continuar uma tradição que começou em outra livraria, passou pelo Barteliê em Ipanema e depois permaneceu por cinco anos na Livraria DaConde, no Leblon até seu último dia.
A República do Bardo recebe os poetas e leitores de todos os tipos para uma nova experiência livreira.
Sejam bem-vindos!